domingo, 19 de dezembro de 2010

COMO ALEXANDER ALEKHINE JOGAVA A SUA DEFESA


Bogoljubov e Alekhine 1934
 A Defesa Alekhine é citada pela primeira vez no livro de "Algaier" sobre Aberturas, editado no ano de 1811, passando, pela "encyclopédie" de Alexandre, e da 7a edição do "Handbuch des Schachspiels", de fins do século passado, onde é mencionada por Schallop, que no dizer de um historiador, "dignou-se mencionar simplesmente para informar aos leitores na seção de variedades contra 1 –"e4". Em Londres, 1863, as partidas de Anderssen versus Pearson tornaram-se conhecidas. O mestre alemão L. Fischer, naquela época jogava indiscriminadamente, contra 1 - e4 do adversário 1 - ...,Cc6; ou 1 -. ..., Cf6, com a primitiva idéia, neste último caso, se 2 - e5, Cg8?!. Alexander Alekhine jogou esta defesa pela primeira vez em uma partida de consulta em Zurich (agosto, 1921), mas foi introduzida na prática magistral pouco depois no Torneio de Budapeste, em setembro do mesmo ano, contra o mestre Steiner. Imediatamente após a espetacular vitória de Alekhine nesta partida, a defesa foi adotada por quase todos os GM da época, desde o mais dogmático como Tarrasch até o mais descrente como Capablanca, passando por Reti, Lasker, Flohr, Rubinstein, Maroczy, Tartakower, Wolf, Glunfeld, Colle, Euwe, Spielmann, Yates e outros. Da lista dos grandes mestres daquela época só faltava o nome de Nimzovitsch, que estava. muito entusiasmado com sua defesa contra o peão do rei (1 -. ..., Cc6), para dar a devida atenção a (1. ...,Cf6). A origem da defesa Alekhine foi produto da chamada escola Hipermoderna , que contraria, violentamente, o princípio clássico fundamental de que se deve sempre manter na abertura um peão central. A idéia da defesa Alekhine é provocar o avanço prematuro dos peões centrais brancos, para imobilizá-los e usá-los como tema de contra-ataque. No dizer do genial Tartakower, "as brancas tem que defender sua iniciativa". E seguindo os princípios dos hipermodernistas, Reti, Nimzovitsch e Breyer: "Um peão avançado deve Ser bloqueado, atacado e destruído "Quando nosso adversário não possui peões avançados, temos que provocá-lo para que os tenha. A defesa Alekhine vem resistindo a todos os esforços que os analistas têm feito com o intuito de contestar essa linha de jogo, que fere tão profundamente o princípio clássico das aberturas que manda conservar um peão no centro do tabuleiro. É perfeitamente sólida e muitas vezes adotada por laureados grandes mestres contemporâneos como Euwe, Flohr, Reshevsky, Fine, Mikenas, Bagirov, Lev Albnrt, Larsen, Smyslov, Kortchnoi, Vaganian, Berliner, Penrose, Panno, Hect, Kopilov, Lutikov, Marovic, Ciocaltea ,Fischer e outros.

Lindner - Alekhine 1936

Steiner,A - Alekhine,A [B03]
Budapeste, 1921
[Comentários de Alekhine]

 
1.e4 Cf6 Esta nova defesa foi jogada pela primeira vez por min em uma partida em consulta em Zurich (agosto,1921). E foi introduzida na prática magistral pouco depois no torneio em Budapeste em setembro do mesmo ano. Sua correção parece agora completamente estabelecida. Uma das mais completas provas de sua vitalidade radica no feito do Dr. Emmanuel Lasker , ex-campeão do mundo; Abertamente oposto a ela. Adotou-a com êxito contra Maróczy no torneio de Nova York (marco – abril, 1924). Depois de haver tentado em vão demovê-la. No curso de um encontro entre o doutor Lasker e o doutor Tarrasch, O negro obteve uma partida claramente superior. Se não é que ganhadora, na seguinte forma: 1. e4 , Cf6; 2. e5 , Cd4; 3.d4 , d6; 4.c4 , Cb6; 5.f4 , de5; 6.fe5 , Cc6; 7.B e3 , Bf5; 8.Cc3 , e6; 9.Cf3 , Bb4; 10.Bd3 , Bg4!; 11.Be2 , Bf3; 12.gf3 , Dh4+; 13.Bf2 , Df4! 2.e5 Em uma partida Bogoljubow – Alekhine (Carlsbad, 1923) o branco tratou 2.Cc3. Ao que o negro contestou 2. ... , d5 (2. ... , e5 transpondo para a abertura Vienense, é também de considerar); Conduzindo a continuacão 3.e5 , Cfd7!; 4.d4 , c5!; 5.Bb5 , Cc6; 6.Cf3. E o negro pode haver conduzido a uma variante muito vantajosa da defesa Francesa, com 6. ... , e6; Em lugar da arriscada linha 6. ... , a6; 7.Bc6 , bc6; 8.e6! 2...Cd5 3.d4 Em uma partida Samisch – Alekhine do mesmo torneio. O branco continuou com 3.Cc3 , e6; 4.Cd5 , ed5; 5.d4 , d6; 6.Cf3 , Cc6; 7.Be2 , Be7; 8.Bf4 , 0-0; 9.0-0 , f6; 10.ef6 , Bf6; E o negro tem um jogo ligeiramente superior 3...d6 4.Ag5 Depois desta jogada, cujo objetivo é evitar o avanço do peão do rei inimigo, o branco perde sua vantagem, pelas dificuldades que experimentará em defender o peão do rei. A linha de jogo mais perigosa para o negro é indubitavelmente 4.c4 , seguido por 5.f4. 4...dxe5 5.dxe5 Cc6 6.Ab5 Af5! Ao negro não importa a possibilidade de dobrar os peões. Se 7.Be7+ , a posição de seus dois bispos. A coluna "b" aberta e seu melhor desenvolvimento constituiriam numa grande compensação pela ligeira desvantagem em c6. 7.Cf3 Cdb4! o ganho de um peão nesta última jogada requer um minucioso exame de todas suas consequências. 8.Ca3 Dxd1+ 9.Txd1! A melhor resposta, pois se 9.Rd1 , 0-0-0+; 10.Rc1 , f6; O jogo negro seria claramente superior. 9...Cxc2+ 10.Cxc2 Axc2 11.Tc1 Ae4 12.Cd4 Se 12.e6 , o negro contestaria simplesmente 12. ... ,f6! Seguido de 13-0-0-0. 12...Axg2 13.Tg1 0-0-0



O ponto chave da manobra iniciada na 7a jogada. Entretanto, a vantagem material de um peão que o negro há tido êxito em assegurar, parece muito difícil de aproveitar pelo seu atrasado desenvolvimento. 14.Cxc6 Axc6 15.Axc6 bxc6 16.Txc6 Td5 17.Af4 e6 18.Re2



Como poderia agora o negro fortalecer a sua posição? Por exemplo, aqui há duas sugestões plausíveis que não dão resultado satisfatório contra uma defesa correta: I – 18.... , g6; 19.Tgc1 , Td7; 20.Be3 , Rb7; 21.T6c3 , Bg7; 22.Tb3 , Tb8; 23.Ba7! , Be5; 24.Tc4 , com melhor jogo para o branco. II – 18.... , g5; 19.Tg5! , Bh6; 20.Tg4 ,Bf4; 21.Tf4 , Te5; 22.Rf1 , Rb7; 23.Tc3 , e o negro não tem oportunidade de ganhar. 18...Ac5! Esta jogada que a primeira vista não parece melhor que as precedentes é a única que permite ao negro conservar sua vantagem. 19.b4! A contestação correta. Permitindo ao Branco forçar um caminho favorável. É claro que o peão g7 negro não pode ser capturado de imediato, devido a 19.... , Rb7. 19...Axb4 20.Txg7 Td7 21.Ae3



O negro se acha novamente encarando grandes problemas. Como vai assegurar a defesa de seus peões débeis em ambas as alas? Seu solitário bispo é insuficiente para esta tarefa. Já que se fora levado a b6 via a5-b6 , protegendo adequadamente sua ala da dama. O branco poderia trocar seu ataque a ala oposta e eventualmente ganharia pelo menos um peão com Tc4 seguido de Ta4. Por outro lado, se o negro retira o bispo por Bf8 para assegurar a proteção de sua ala do rei, o branco tomaria a ala da dama como seu objetivo e obteria um forte ataque com Tg4 seguido de Ta4. Por isso o negro deve evitar provisoriamente o deslocamento do seu bispo para poder usa-lo na defesa de qualquer ala ameaçada. Suas seguintes jogadas estão ditadas pelas considerações anteriores 21...a5 22.Tc4 h5 23.Th4 Ac3! 24.Tg5 Td5 25.f4 f6! Mantendo definitivamente sua vantagem material, que pode explorar pelas seguintes trocas: 26.Tgxh5 Txh5 27.Txh5 fxe5 28.fxe5 Axe5 29.Th7 29.h4 deixaria no branco algumas esperanças de empate, pois depois de jogada do texto o negro força a troca desse perigoso peão 29...Tb5 30.Rf3 Tb2 31.Th5 Forçado, já que depois de 31.h4 , Ta2; O peão da coluna "a" passado do negro seria pelo menos tão perigoso quanto o peão "h" passado branco. 31...Axh2 32.Txa5 Ad6 O final resultante, ainda que ganho para o negro, oferece, sem dúvida alguma, dificuldades técnicas e não está desprovido de interesse 33.Re4 Rd7 34.Ad4 Evitando temporariamente 34.... , e5; que o negro agora prepara com a seguinte manobra de sua torre. 34...Td2 Dificultando Rd3-c4, etc. 35.Ae3 Te2 36.Rd3 Te1! 37.Ad4 Tc1 37.... , e5; Todavia seria prematuro por causa de 38.Bc3. 38.Ae3 Td1+ 39.Re4 Te1 40.Rd3 e5 Emfim o jogável!. 41.Af2 Tf1 42.Ae3 Re6 43.Re4 Th1 44.Af2 Th2 45.Ae3 Th4+ 46.Rd3 Ab4! Assegurando assim para seu rei o acesso a casa d5, que é de clara importância. 47.Ta7 Ou 47.Ta4 , Rd4; 48.a3 , e4; 49.Rc2 , Bd6; 47...c5 48.a3 c4+ 49.Re2 Ad6 50.Ta8 Para cravar o bispo contrário com Td8, depois de ... , Td8. 50...Th2+ 51.Rd1 Th3! 52.Rd2 Rd5 53.Td8



53...c3+! O golpe de graça 54.Re2 Se 54.Rd3, o negro havia previsto o belo final: 54.... , c2; 55.Tc8 , Be7!; 56.Tc2 , Bg5; 57.Te2 , e4; 58.Rd2 , Te3; 59.Te3 , Rd4; E ganha 54...Re4 55.Txd6 Txe3+ 56.Rf2 Td3 57.Tc6 Td2+ 58.Re1 Rd3 59.Td6+ Rc2 60.Te6 Td5 61.Re2 Rb3 62.Tc6 c2 0-1





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