terça-feira, 26 de outubro de 2010

XADREZ COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA


“...a missão do xadrez escolar não é a do compromisso de fazer mestres de xadrez. A educação mediante o xadrez deve ser o ensino do exercício de pensar por si mesmo.”
Dr. Emmanuel Lasker
Desenvolvendo as inteligências múltiplas(Gardner)em crianças

Xadrez tem todas as qualidades para se tornar uma excelente ferramenta de ensino: está de acordo com o desenho curricular, tem as respostas adequadas aos objetivos gerais que se refletem nele e se joga ou ensina através dos educadores. O instinto de jogar é exclusivo das crianças e seu desenvolvimento, o mesmo para os homens.

Professor Jorge Laplaza em ação


Sua  prática é considerada um dos melhores complementos à educação e à formação das crianças

mais barato impossível: um tabuleiro, 32 peças e duas mentes pensantes. Como algo tão simples é possível desenvolver e incrementar uma ampla gama de habilidades cognitivas nas crianças, também serve para aplicá-las durante seu processo educativo em outras áreas ou disciplinas. Se considerado como um jogo ou esporte, o xadrez é uma grande ferramenta de ensino e de educação para os jovens. 
Dinâmica de grupos
Concentração, memória, tomada de decisão, pensamento analítico e desejo de superação são algumas das muitas habilidades que podem ser adquiridos ou reforçados pela prática regular do xadrez e que, por sua vez são transferíveis para outras áreas do conhecimento. Portanto, é cada vez mais freqüente em nosso país e no resto do mundo, a utilização deste antigo jogo como uma ferramenta educacional para crianças e jovens na escola primária ou secundária para desenvolver e melhorar as suas capacidades intelectuais. 
Projeto Pedagógico



Professor Máximo Igor desenvolve e promove o xadrez escolar no estado do RN
 É um sistema de incentivos suficientes para acelerar e desenvolver as múltiplas inteligências das crianças (Howard Gardner)

Os benefícios que o xadrez exerce sobre o desenvolvimento educacional das crianças tem sido verificada em vários estudos ao longo dos anos, como afirmou o Dr. Robert Ferguson, em seu "Resumo das investigações do xadrez e seu impacto na educação  ". Entre as conclusões desses estudos pode incluir alguns, como "existe uma correlação significativa entre a capacidade de jogar bem xadrez e habilidades espaciais, numéricas, administrativo-direcional e organizacionais" ou "o xadrez ensinado metodologicamente é um sistema de incentivos suficientes para acelerar o aumento do QI em crianças de ambos os sexos, em qualquer nível sócio-econômico da escola primária ". A Comissão de Xadrez na Educação, da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), inclui entre os benefícios deste esporte o desenvolvimento da memória, aumento da criatividade, o enriquecimento cultural e desenvolvimento mental.

Hoje, a inclusão do xadrez nas escolas têm se espalhado pelo mundo, não é em vão que a UNESCO recomendou oficialmente em 1995, aos seus países membros a incorporação do xadrez como matéria educativa no ensino primário e secundário. Esta adição foi feita de várias maneiras, enquanto em alguns países como Rússia, Venezuela e Colômbia o xadrez forma parte obrigatória do currículo dos alunos, em outros, é incluída como disciplina opcional. 

Todas as vantagens e seu valor educativo

Seja como uma disciplina curricular ou como uma atividade extracurricular, o xadrez é um dos jogos mais completo para o desenvolvimento intelectual das crianças. Abaixo estão algumas habilidades e capacidades essenciais que as crianças podem adquirir com a sua prática, como José María Olias escreveu em seu livro "Desenvolvendo a inteligência através do xadrez" e Jorge Laplaza em 'Habilidade intelectual e xadrez, todos tratando da educação e a aplicação geral em diferentes áreas do conhecimento.
  * Aumentar a capacidade de concentração: uma das causa mais comum está relacionado com o insucesso escolar é a falta de atenção e concentração dos alunos, uma capacidade que pode facilmente promover a prática do xadrez, como exigido pelo jogador um alto grau de concentração e observação para desenvolver o jogo corretamente.
      * Exercício de memória: ou memória de curto prazo para recordar as jogadas foram feitas durante o jogo, ou a longo prazo, para não mencionar outras rodadas, a multiplicidade de alternativas de frente para o jogador de xadrez tem resultado em melhoria sua capacidade de reter e recordar os dados em mente.
Sala atual do CLUBE DE XADREZ PENSART da 
ESCOLA ESTADUAL JERÔNIMO ROSADO - Mossoró
  * Desenvolver o raciocínio matemático lógico: é mostrado que o processo de raciocínio e de análise utilizados no jogo de xadrez é muito semelhante à usada na matemática e, portanto, sua prática pode ser benéfica para melhorar as habilidades matemáticas dos alunos.
  * Melhora a resolução de problemas e tomada de decisão:durante o jogo, o jogador de xadrez enfrenta diversos problemas a serem resolvidos através da análise de todas as soluções possíveis e escolher o mais adequado, por vezes mesmo sob a pressão do prazo para tomá-los.
   * Aumento da auto-estima e o desejo de melhorar: cada jogo é um novo desafio para o jogador, que tentará melhorar a sua capacidade para jogar ainda melhor, também, cada vez que você ganhar um jogo de xadrez melhora a auto-estima e valorizar sua experiência no jogo. No caso de perda contribui para aumentar a autocrítica.
Professor Cleando Cortez em ação. É uns dos promovedores e desenvolvedor do xadrez escolar no Vale do Açú


  * Ajuda a aprender a pensar, planejar e prevenir: cada movimento que o jogador deve considerar todos os movimentos possíveis e ataques que podem receber, para que você possa antecipar as respostas do adversário e ver com antecedência as possíveis linhas de jogo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MINHA ENTREVISTA AO BLOG XADREZ POTIGUAR


Xadrez Potiguar: Com que idade aprendeu a jogar xadrez, onde e com quem?
Carlos Henrique: 10 anos, em Mossoró/RN, com amigos de rua.
XP: Qual livro de xadrez mais gostou?
CH: Vou citar os quatro que mais gostei: Practica de Ajedrez Magistral, de Mikhail Tal; Ajedrez de Torneo, de David Bronstein; My 60 Most Memorable Games, de Bobby Fischer; Test of Time, de Kasparov.
XP: Com qual dos três aspectos do xadrez (Arte, Ciência e Esporte) você se identifica mais?
CH: Não separo o xadrez das três vertentes. Vibro com as belezas das combinações e com os planos de jogos que mostram o Xadrez Arte. Botvinnik foi muito feliz ao definir o Xadrez como sendo a lógica em forma de arte. Também gosto muito de estudar, procurar novas idéias e testá-las na prática. Tentando formar e aperfeiçoar algoritmos. Neste momento sei que o xadrez é Ciência. Finalmente quando participo de torneios, na emoção da luta, buscando controlar e superar os medos para adquirir a autoconfiança da vitória, eu sinto o xadrez como Esporte.
XP: Quais os principais eventos que tomou parte? De qual mais gostou e por quê?
CH: Foram muitos os eventos que já participei, todos deram-me grande prazer, mas, o principal foi o Torneio Aberto do Brasil, no grande Recife, mais precisamente, em Jaboatão dos Guararapes (Shopping Center Guararapes),onde consegui fazer grandes partidas, inclusive destaco uma memorável partida contra o Mestre Internacional austríaco Martin Neubauer que foi o Vice e eu fui o campeão. O título deste torneio levou-me a final do brasileiro em 2003.
XP: Quais as suas principais conquistas no xadrez?
CH: Título de Mestre Fide, Tetracampeão Potiguar Absoluto (1991, 1998, 2001 e 2002), Campeão Regional Nordeste (2002), Campeão Aberto do Brasil Joboatão (2003), Finalista do Brasileiro 2002 e 2003.
XP: O que mais te motiva a participar de eventos?
CH: Como dirigente da FNX, promover e desenvolver o xadrez no RN. Como jogador melhorar meu rating e tentar conquistar as normas de MI.
XP: Quais suas metas a curto e longo prazo no xadrez?
CH: A curto prazo realizar um diagnóstico do meu jogo e programar uma ação de melhoria, através de um treinamento de alto rendimento. A longo prazo a conquista do título de MI. Não só para mim, mas, também para os jogadores Norteriograndenses.
XP: Tem algum ídolo? Se tem Qual (is)?
CH: Bobby Fischer e Kasparov, dois símbolos de liberdade do xadrez.

domingo, 17 de outubro de 2010

ESTUDO DA TÁTICA I


O VALOR ABSOLUTO E RELATIVO DAS PEÇAS

Todo iniciante no jogo do xadrez, sabe de uma referência ao valor absoluto e relativo dos elementos operativos, peças e peões, ou seja da força que exerce cada peça ou peão. O peão é a referência absoluta unitária, depois o cavalo que vale três peões, o bispo que vale três peões  e meio, a torre que vale cinco peões e finalmente a dama que vale nove peões. Para melhor visualizar esta relação absoluta veja o quadro abaixo.

QUADRO I
VALOR ABSOLUTO DAS PEÇAS

PEÇAS
NÚMERO DE CASAS QUE DOMINA NA POSIÇÃO CENTRAL d4
VALOR
PEÃO
02
01
CAVALO
08
03
BISPO
13
03
TORRE
14
05
DAMA
27
09

Daí  é importante saber que o valor de cada peça ou peão depende do elemento primordial do jogo do xadrez que é a posição. Os componentes integrantes da posição são três a saber: a força, espaço e tempo. A força corresponde ao material ou elementos operativos(peças e peões), sem o espaço(tabuleiro) e sem o tempo(a oportunidade de jogar), a posição não existe. Pois por outro lado a posição em seu conjunto, é dizer, como tal, determina a importância e o valor de peças e peões(força), dos diferentes quadros ou pontos do tabuleiro(espaço) e da oportunidade de jogar(tempo). Pois esta tabela de valores não devemos concebê-la como uma forma fixa. Somente pode proporcionar-nos uma referencia aproximada das trocas. As peças se encontram sempre em movimento, atuam aqui fortemente, debilmente ali, por isso oscila o valor relativo das peças.
Uma peça menor e dois peões, valem, na prática uma torre e aqui temos a soma ( 3 + 2 = 5), absolutamente correta; porém dois bispos (2 x 3 = 6) são, quase sempre, mais eficientes que uma torre e um peão ( 5 + 1 = 6), enquanto que três peças menores (3 x 3 = 9) são na maioria das vezes, muito mais fortes do que duas torres ( 2 x 5 = 10).
Esta avaliação, naturalmente, é abstrata e não pode ser aplicada a qualquer posição particular; representa o valor prático das peças individualmente, ou seja, a relação mútua que se verifica na maioria das posições. Não deve, entretanto, ser tomada como válida para todas as posições concretas, pois o valor das peças é relativo: depende do carácter da posição quanto do material existente no tabuleiro a um dado momento.
Vejamos agora vários exemplos para ilustrar o que falamos.

 (1) Hellers,F - Eingorn,V
Campeonato dos EUA, 1992

1.Bxe5 Txc4+ 2.Rd5 Txc5+ [2...Txa4! com idéia de Ra2-g2-g8 3.c6? fxe5 4.c7 Td4+] 3.Rxc5 fxe5 4.Rd5 Rg6 5.Rxe5 Rg5 6.Re4 h5 7.Re5 Rh4 8.Rxf4 As pretas perderam a oportunidade de ganhar em seu movimento ...Rxc5 ao não saber valer a sua vantagem material (força), pois conseguiram empatar com um recurso de afogamento; não tem para onde mover(espaço), correspondendo a jogar(tempo). 1/2-1/2

 

 

(2) Exemplo 02

O ESPAÇO
As brancas têm uma excelente posição com domínio central do tabuleiro, pois tem seu rei exposto na coluna h e as pretas aproveitaram esta dificuldade em base a importância desta área do tabuleiro neste momento: 1...Bb4! (para coordenar as torres) 2.Cxb4 Txh2+ 3.Rxh2 Dh4+ 4.Rg1 Th8 parece inevitável a vitória das brancas ante a ameaça 5....Qh1++ 5.Ah6! [se 5.f3 segue 5...g3 bloqueando a saída do rei, porém existiu algum recurso...] 5...Txh6 6.Dxh6 Dxh6 todavia as pretas não ganharam, mas melhoraram em muito a sua posição em relação a inicial. *

 

(3) Kasparov,G - Salov,V
World Cup Barcelona, 1989

A FORÇA 
 É aqui o momento onde se altera a proporção material deste jogo e os valores absolutos e relativos que se pesam como pratos de uma balança. 1.Cxe6! [1.Rxg2? Dxb6 2.Cxe6 fxe6 3.Dxe6+ Be7 4.Te1 Db7+] 1...fxe6 [1...Bxa1 2.Cxd8+ Rxd8 (2...Be5 3.c5 Bh3 4.Txd6+-) ] 2.Dxe6+ Be7 3.c5!! [3.Te1 Db7] 3...Bb7 [3...Bc6 4.Tac1 Dc7 5.cxd6 Txd6 6.Txd6 Dxd6 7.Dxd6 Bxd6 8.Txc6+-] 4.Te1 Dc7 5.c6!! Bxc6 [5...Bc8 6.Cd5 Bxe6 7.Cxc7++-] 6.Tac1 Td7 7.Cxd7 Dxd7 8.Dc4! [8.Txc6 Dxe6 9.Txe6 Rd7 10.Txe7+ Rxc6+/-] 8...Bb7 [8...Bb5 9.Dc8+ Dd8 10.De6 Bd7 11.Dxd6 Rf7 12.Dd5+ Rg7 13.Tc7!+-] 9.Dc7 Tf8 10.Db8+ Rf7 11.Tc7! 1-0

 

 (4) Exemplo 04

O TEMPO 
Quanto ao tempo, por suposto se faz bem importante jogar a cada lance, nada aceitaria que o adversário jogasse duas vezes seguidas, este é seu valor absoluto, pois entretanto há posições aonde o efeito de ter que jogar faz perder e outras nelas que tem de manobrar de maneira que se cede a vez ao adversário desfavoravelmente. Este é o valor relativo do tempo, por demais de que cada uma das jogadas não tem a mesma importância, se trata de considerações relacionadas com a posição. Há aqui uma amostra do acontecimento  1.Dd4 Rb1 2.Dd3+ Ra1 3.Dc3 Se repete a posição pois agora as pretas são obrigadas a jogarem como única jogada 3....Rb1 o que permite as brancas ganhar com Qc1++ Mate.  O valor absoluto e relativo da Força, do Espaço e do Tempo, esta presente em toda partida de xadrez e é portanto uma regularidade dentro do processo. A correta valorização a cerca da efetividade que tenha uma peça ou peão, o importante de um quadro ou área do tabuleiro e o proveitoso ou não de ter a oportunidade de jogar em uma posição determinada, comforme uma boa medida da maestria enxadrística. 1-0


(5) Exemplo 05

As peças menores frequentemente variam de valor em relação umas às outras, e isto será motivo de por menorizada atenção posteriormente. Algumas vezes, porém, flutuações ainda maiores se produzem com outras peças. Por exemplo: uma torre é, geralmente, muito mais poderosa do que uma peça menor, mas um cavalo centralizado pode, por vezes, igualá-la. # Aqui, as brancas estariam em vantagem se pudessem colocar sua torre em ação contra o rei preto; mas não podem fazê-lo, nem por via a3, nem via f1. 1.Ta3 [1.Td1 Cf3 2.Tf1 e4 3.Td1 e3-+] 1...e4! 2.Txa6 Cf3 3.Ta3 e3! 4.Tb3 [4.Txe3?? Db1+-+] 4...e2 Por estas razões, o cavalo preto pode ser considerado tão forte quanto a torre branca, e como as pretas possuem um peão a mais como compensação adicional pela qualidade a menos, podemos afirmar estarem em posição superior. 0-1

(6) Najdorf - Ragosin
Interzonal, 1948

Muito variável, também, é o valor da dama. Normalmente, uma dama equivale a uma torre, mais uma peça menor e dois peões; ocasiões há, porém, porém em que pode ser inferior a uma torre, mais uma peça menor e um peão. Daremos um exemplo para demonstrá-lo. 1...Cxe4! 2.Cf6+ Cxf6 3.Txd8 Tfxd8 As pretas sacrificaram sua dama por uma torre, um cavalo e um peão, conseguindo uma posição que a maioria dos competidores ao torneio, consideram boa para seu oponente. As brancas têm vantagem material e sua posição parece ser bastante sólida, apenas a casa b2 apresenta uma debilidade aparentemente provisória. No entanto, posterior da partida prova que Ragosin havia calculado corretamente ao entregar sua própria dama, pois que a de seu opositor permanece, por mais de vinte lances, presa a um ponto Podemos é claro, perguntar-nos porque uma dama deve ser superior a uma torre mais uma peça menor. # Afinal de contas, seus movimentos são meramente a conjugação duas de uma torre e um bispo. Isto é verdade, porém a dama coordena estes diferentes movimentos muito melhor do que as peças podem fazê-lo; sua grande mobilidade torna-a um excelente instrumento de ataque. Nisso se resume a sua superioridade. Sua vantagem, entretanto, é diminuída quando as peças do adversário cooperam bem entre si, cobrindo todos os pontos fracos. A teoria dos finais de partida aponta posições em que uma dama algumas vezes não pode ganhar de uma torre e um peão, por causa da excelente coordenação das forças defensoras; um exemplo similar de cooperação, ainda que algo mais complicado, é o da partida presente, na qual as peças pretas tornam impossível à dama branca encontrar um alvo favorável para ataque. 4.Bd2 [melhor seria 4.Be3] 4...Ce4 sobre esta posição escreveu Ragosin: " Mirando as coisas a fundo, as pretas não têm sacrificado nada, sim que há trocado a dama pela torre, cavalo e peão. As pretas conseguem vantagem de espaço e por isso ficam melhores. Deve notar-se que no transcurso das 25 jogadas seguintes a dama branca não se move". 5.Be3 Cd6! os cavalos devem ocupar posições cobertas; por isso será transladado a f5. Na luta contra a dama é importante evitar a formação de fraquezas táticas que possam ser exploradas pelo oponente. A posição dos cavalos é importante nesta partida, por possuírem excelentes bases de operações; o cavalo em d6, enquanto mira para f5, ameaça assegurar o par de bispos às pretas, mediante c4. 6.Tc1 Cf5 7.Bf4 o ir daqui e ali demonstra que as brancas estão sem nenhum plano. 7...Bd5 8.Bc4 Bxc4 9.Txc4 e5! 10.Bg5? O desejo das brancas em manter a superioridade material, mecanicamente executado, é compreensível, mas conduz a uma rápida catástrofe. [era melhor ter sacrificado a qualidade com 10.Txc6 bxc6 11.Bxe5] 10...Td1+ 11.Rh2 h6 12.Tc1 Td7 13.Be3 e4! 14.Ce1 Tad8 15.Bc5 Be5+ 16.g3 Td2 17.Tc2 Bxg3+ 18.Rg2 Be5 [18...Bxf2? 19.Bxf2 e3 20.Dc3 exf2 21.Txd2 fxe1D 22.Txd8+ ganhando] 19.Rf1 Txc2 20.Cxc2 Td1+ 21.Re2 Tb1 22.b4 Tb2 23.Rd1 Tb1+ 24.Rd2 Bf6! 25.Bxa7 Ce5 26.Da4 Cf3+ 27.Re2 Cg1+ as brancas abandonaram. Nada há para fazer após: 28.Rd2 Nf3+ 29.Re2 Nd6 30.Qd7 Ng1 31.Re3 Rd1. 28.Rd2 Cf3+ 29.Re2 Cd6 30.Dd7 Cg1+ 31.Re3 Td1 0-1

 (7) Alekhine - Liliental

1.Dxd8+! Dxd8 2.Bxh4 Dh8 3.Bxf6 Dxf6 4.0-0-0 as brancas estão certas em ceder alguns peões, só para poder fazer avançar o longe possível seus peões livres. 4...fxe4 5.dxe4 Df4+ 6.Td2 Dxe4 7.h4! Dxc4+ 8.Rb1 Df4 9.Tdd1 Dh6 a primeira parte do plano se há completado, a dama se ver obrigada a comportar-se passivamente. Isto permite intervir de modo ativo a segunda torre. Pois as brancas devem contar sempre com que a dama possa passar rapidamente ao contra-jogo e ameaçar com xeque perpétuo. 10.g4 Rd8 como pode se ver posteriormente melhor seria: [melhor seria 10...Rd7] 11.Tde1 a5 12.h5 a4 13.a3 f6 impede um forte movimento. 14.Te6 Rd7 15.g5! Dxg5 16.h6! Dg2 17.Tee1 Dg6+ 18.Ra1 Dh7 agora a dama é desalojada de seu esconderijo com ajuda da torre. 19.Teg1 Re6 20.Tg7 De4 21.Thg1 Dh4 22.h7 b5 23.Txc7 Dh5 24.Te1+ Rd5 25.Ra2! uma valiosa precaução. As brancas se esforçam em abandonar a primeira fila. Para isto movem o rei, com objetivo de que não fique exposto imediatamente ao xeque nesta fila. 25...Rd4 26.Td1+! Re4 teria sido fatal: [26...Re5 27.Te7+ Rf4 28.Tf1+ Rg3 29.Tg7+ Rh2 30.Tfg1] 27.Txd6 De8 28.Txf6 Dh8 29.Th6 a torre assume de novo a posição mais forte. A tarefa da outra torre consiste em expulsar a dama da posição de bloqueio. 29...Rf4 30.Tc8 Dxc8 31.Th4+ Rg5 32.h8D De6+ 33.Rb1 De1+ 34.Rc2 De2+ 35.Rc3 e as pretas abandonaram. 1-0


(8) Panov - Bontsch,Osmolovsky

Duas tores são mais fortes que a dama nos seguintes casos: 1-No caso de que se há trocado a maioria das peças e seja possível iniciar um ataque contra o rei. 2- Quando estão acompanhadas por um peão livre muito avançado. Há aqui dois exemplos. As brancas jogaram 1.axb6 e as pretas contestaram. 1...Bxb6 [melhor seria 1...axb6] 2.Bxb6 depois de 2...Txb6 3.Dxb6! axb6 4.Txa8+ Rh7 a posição das pretas é desesperadora porque as torres conquistaram a sétima fila e não querem ser surpreendidas pela solitária dama num contra jogo. 5.Tdd8 g5 6.Td3 Dc5 7.Ta7 Dc4 8.Tdd7 Dxe4 com o último movimento as pretas aumentam a esperança de um xeque perpétuo. [deve-se ter em conta que depois de 8...Rg6 9.Txf7 Dxf7 10.Txf7 Rxf7 o passo ao final é perdedor para as pretas] 9.Txf7 Rh6 10.Txg7 Db1+ [10...De1+ 11.Rg2 De4+ 12.Rh2 Df4+ 13.Rg1! Dc1+ 14.Rg2!] 11.Rg2 De4+ 12.Rh2 De2 13.Tgf7 Rg6 14.Tf5! as brancas asseguram a posição de seu rei e criam ao mesmo tempo uma rede de mate. 14...e4 15.Taf7 as pretas abandonaram. 1-0

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A ORIGEM DO XADREZ




Krishna e Radha jogando chaturanga 
em um tabuleiro do Ashtāpada.
Não se sabe quem inventou o xadrez, mas já é aceita pela grande maioria dos  historiadores que o seu surgimento se deu por volta do século quinto D.C. numa região localizada ao norte ocidental da Índia, portanto o xadrez tem mil e quinhentos anos e durante este período sofreu várias transformações até chegar aos dias de hoje.
A invenção do jogo de xadrez já foi atribuída aos Chineses, Egípcios, Persas, Árabes e a lendários personagens da história como, Aristóteles, o rei Salomão e outros, mas a história nunca confirmou tais lendas.
A Lenda de Sissa

O brâmane indiano Lahur Sessa criando o Chaturanga, 
predecessor do Jogo de Xadrez 
(na concepção do artistabrasileiro Thiago Cruz, 2007).
Das muitas histórias lendárias sobre a origem do xadrez, há uma que é consagrada pela sua fantástica exaltação da inteligência de um sábio chamado Sissa. O rei havia pedido ao sábio que inventasse um jogo capaz de demonstrar o valor de qualidades como a prudência, a diligência, a visão e o conhecimento, opondo-se ao Gamão, no qual o resultado era decidido pela sorte. Então Sissa apresentou ao rei um tabuleiro com peças que representavam os quatro elementos do exército indiano: carros, cavalos, elefantes, rei e soldados a pé. Sissa explicou que escolhera a guerra como modelo para o jogo porque a guerra era a escola mais eficiente para se aprender o valor da decisão, do vigor, da persistência, da ponderação e da coragem. O rei adorou a invenção e disse a Sissa que escolhesse a recompensa que desejar-se, Sissa disse que já se sentia recompensado pela alegria que tinha causado ao rei, mas o rei insistiu e Sissa finalmente pediu como recompensa grãos de trigo sobre o tabuleiro de xadrez. Na primeira casa, um grão de trigo; na Segunda, dois; na terceira, quatro; na Quarta, o dobro de quatro; e assim por diante, até a última casa. O rei concordou com o pedido, pensando que alguns sacos de trigo bastavam para o pagamento. Então o rei ordenou que fosse trazido o trigo. Porém , antes de chegar a a trigésima casa, todo o trigo da Índia estava esgotado. O rei olhou preocupado e Sissa confortou-o dizendo que já sabia que a recompensa não poderia ser paga porque a quantidade de trigo necessária cobriria toda a superfície da terra com uma camada de nove polegadas de espessura. Para recompensar Sissa seriam necessários 18.446.744.073.709.551.615 grãos de trigo. O rei não soube o que mais admirar, se a invenção do xadrez ou a engenhosidade do pedido de Sissa.
“Chaturanga”
Expansão do xadrez pelo velho mundo, a partir do século VI.
O xadrez é um jogo de estratégia e, pelo que até agora se pôde comprovar, de origem oriental . Nenhuma evidência existe quanto ao surgimento do jogo antes do século V  D.C. houve uma crença propagada, que o jogo já existia no tempo do velho Egito, mas sem fundamentos ou evidências de fato. Com certeza o jogo de xadrez foi derivado de um jogo antigo chamado “Chaturanga”, em sânscrito que quer dizer o jogo dos quatro membros, de origem indiana, que era jogado por quatro jogadores e se movia por meios de dados,os quatro participantes do jogo possuíam cada um deles um exército de oito peças, sendo um Ministro(hoje a Dama), um Cavalo, Um Elefante (hoje o Bispo), um Navio(hoje a Torre), e quatro Soldados(hoje os Peões), dispostos nos quatro cantos do tabuleiro de sessenta e quatro casas de uma única cor. As peças diferenciavam-se pelas cores pretas, vermelhas, verdes e amarelas. Os adversários jogavam individualmente e os lances eram feitos lançando-se os dados que designavam as peças as peças a serem movimentadas. Quando dava o número um movia-se um Soldado ou o Ministro. Quando dava o número dois tinha-se que mover o navio. O número três o Cavalo. O quatro movia-se o Elefante. Caso o dado mostrasse o número cinco ou seis, eles eram considerados, respectivamente, um ou quatro. Depois  foi suprimidos  os dados e  passou a ser jogado por apenas dois jogadores e que diferia nas regras da versão moderna que claramente é hoje o xadrez. No princípio o objectivo do jogo não era o xeque-mate no rei mas, eliminar todas as forças de um dos oponentes. Pois as regras tal qual como a observamos hoje datam de um século somente.  
Ilustração do livro Shāh-nāmeh, 
mostrando uma partida na corte persa
Da Índia por volta do sexto século por ocasião das trocas comerciais e culturais entre países vizinhos, o jogo Chaturanga se propagou para a Pérsia, onde ganhou o nome de “jogo de Xadrez”(Chatrang, em Persa) e se torna muito popular, cria-se uma nova peça, o Rei (Xá, em persa), é criada também parte do vocabulário enxadrístico utilizado até hoje, e um pouco mais tarde no mesmo século, os árabes tiveram o contacto com o jogo após conquistarem a Pérsia e estes a levaram até a Europa quando da dominação Árabe na península Ibérica.


Templários disputando uma partida de xadrez 















































Logo os cavaleiros e senhores feudais se apaixonaram pelo jogo. Na Renascença, o jogo de xadrez sofre alterações definitivas, onde algumas peças são introduzidas(Dama, Bispo e Peões) com novos poderes tomando a semelhança de um jogo de guerra medieval , nascendo assim o xadrez moderno.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

REGRAS PARA O ATAQUE

STEINIZT
O princípio do ataque
ORIENTAÇÕES DE STEINITZ 
PARA ATACAR
(Kotov / Chernev)
1.No xadrez somente o atacante ganha. 
Os defensores ganham somente quando o atacante 
comete um engano,ou se o atacante não tiver nenhuma 
razão para atacar no primeiro lugar. Até então,o defensor 
deve se tornar o atacante para ganhar.
2.O direito de atacar cabe somente ao lado que tem melhor    
posição - uma vantagem posicional de algum valor.
3.Se você tiver a vantagem, você não só tem o direito, 
mas o dever de atacar, caso contrário existe o risco de 
perder a vantagem.
4.O ataque é para ser dirigido contra a parte mais fraca na posição adversária.

5.O defensor deve ser preparado para defender e fazer concessões, e tentar 
um contra-ataque.
6. Um ataque sem base posicional alguma deve ser repelido com melhor jogo 
e sairá de uma desvantagem para um possível ataque futuro.


Mikhail Tal e a magia do ataque
GUIA DE VUKOVIC PARA O ATAQUE

1.    Se atacar o rei adversário, tenha a certeza que qualquer um das peças do seu oponente não pode contra-atacar, ou pelo menos que seu ataque seja mais rápido ou  mais perigoso.
2.     Então, você deve olhar para todo o tabuleiro, e as chances para ambos os lados, quando se decide atacar ou não.
3.     A segurança no centro permite apoio para um ataque na ala. Um bloqueio de peões no centro previne um contra-ataque de limites e faz um ataque de peões mais fácil.
4.     Isto é particularmente verdadeiro nos ataques de peões, que devem seguir mais lentamente que outras peças. Se você pode fazer um ataque com peças somente, 
deixe  os seus peões na casa de origem.
5.     Se você já tiver um peão avançado, por exemplo: em f5, que pode bloquear seu
bispo na diagonal b1-h7, então você pode ir em melhor situação para uma tempestade 
de peões avançando o peão de g.
6.     Como regra, é difícil de atacar com peões contra uma posição do monarca sem 
fraqueza. Isto é porque a onda de peões pode ser bloqueada.
7.     Então, é normalmente importante debilitar a posição lançando primeiro  ameaças,
por exemplo:  em h7, você pode forçar ...g6 ou ...h6.
8.     Os avanços de peões soltam sua posição e podem ser uma desvantagem no final.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

XADREZ ÀS CEGAS



Paul Morphy  em exibição
 Para desenvolver a excelência da arte da visualização do tabuleiro
A escola soviética de xadrez recomenda o jogo as cegas como desenvolvimento para a mente do jogador de xadrez, da capacidade de memória, de atenção, facilidade de cálculo e percepção espacial do tabuleiro. Porém evite-se os excessos, que cansam a mente e pode prejudicar a concentração no jogo.
Muitos mestres podem fazer cálculos de variantes e traçar planos de jogo de posições sem a necessidade do tabuleiro ou peças. Isto ajuda a familiarizar-se com mais posições sem forçar a vista.
Existe muita coisa que você não vê quando esta mirando o tabuleiro com as peças de olhos abertos, o contrário também é verdadeiro, existe muita coisa que se vê quando não se esta mirando o tabuleiro, apenas o contemplando de olhos fechados. Esta técnica  desenvolvida pelos treinadores soviéticos busca o máximo de domínio espacial do tabuleiro e é empregada hoje, por grande parte dos super grandes mestres da atualidade como: Shirov, Ivanchuk, Gelfand, Anand, Kasparov e outros. Sugiro para desenvolver esta técnica de domínio da visualização do tabuleiro,  realizar exercícios próprios, praticando toda semana.
Kasparov e Kramnik dois expoentes do xadrez às cegas
Tente fechar os olhos e notar o que vê. Fazer isto por cinco minutos e então abrir novamente os olhos e olhando na direção do tabuleiro, procurando ver algumas diferenças.
Acredito que se pode lucrar muito combinando estas duas formas de visão das posições no tabuleiro.