"Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem."
Marcel Proust
Há duas formas de
marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão
dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o
tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios,
cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos todos os pedaços do
tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma
substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins,
apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias
e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada. A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser
medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. A vida passa e,
passa depressa, impossível correr atrás do tempo perdido e alcançá-lo
para recuperar o que esvaiu-se; resta-nos a possibilidade de pensar e lembrar,
imediatamente você percebe que o tempo continua caminhando, você não pode
pará-lo, mas você pode fazê-lo valer a pena e ser inesquecível.
OS EFEITOS DA PRESSÃO DO TEMPO NOS GRANDES MESTRES
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